92 ANOS DE HISTÓRIA E LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO SALARIAL

Notícias Sindicais

Ao completar 92 anos, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá não olha apenas para trás com orgulho. Olha para frente, com a mesma chama que incendiou gerações de trabalhadores e trabalhadoras. Porque se a história deste Sindicato tem raízes fundas, ela também tem ramos que não param de crescer.

Em 1985, uma conquista mudou o rumo do sindicalismo brasileiro: o acordo firmado com a Black & Decker, que reduziu a jornada de trabalho de 48 para 45 horas semanais sem redução salarial. Naquele momento, não se tratava apenas de números em um papel. Tratava-se de romper com a lógica da exploração, mostrando que tempo de vida vale tanto quanto salário no bolso. Foi um divisor de águas, um marco que escancarou o nível de organização e consciência da categoria.

Esse episódio, que parecia impossível, se tornou realidade porque o Sindicato nunca fugiu da briga. E hoje, 92 anos depois, a luta continua viva — agora contra a famigerada escala 6×1, que rouba domingos e feriados da classe trabalhadora, sequestrando o convívio familiar e o direito ao descanso. Nessa frente, o Sindicato soma forças ao projeto da deputada federal Erika Hilton, que propõe o fim dessa escala desumana. “A redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial é uma das principais estratégias para promover a geração de emprego. A redistribuição do tempo de trabalho pode ser uma forma de combater o desemprego estrutural, que corrói a dignidade do trabalhador”, afirma Cícero Martinha, secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá e ex-presidente do Sindicato.

Se antes a luta foi contra a ditadura, depois pelas Diretas Já e pela redemocratização, hoje o combate é contra os mecanismos de precarização e sobrecarga. E o Sindicato segue firme, porque sabe que a história é escrita com bravura.

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